Eça à lupa

17 10 2011

Eça de Queirós foi autor de inúmeras narrativas, com extensão muito variada, que vão desde os romances extensos e laboriosos, como Os Maias, até aos contos breves, em que a ação se condensa e as descrições se resumem aos traços mais sugestivos e marcantes das personagens e dos espaços.

Dois dos contos provavelmente mais lidos do escritor são «A Aia» e «O Tesouro», ambos passados num tempo antigo, sem data, mas que poderíamos associar ao período medieval, pois nele contracenam reis e fidalgos, príncipes e escravos, soldados fiéis e desordeiros.

Logo pelo título verificamos que, se a primeira narrativa referida se centra numa figura humana — a aia —, a segunda desenvolve-se em torno de um objeto de cobiça — o tesouro. N’«A Aia» sublinha-se o valor e a coragem de uma mulher, ao passo que n’«O Tesouro» realça-se a função sedutora e perversa da riqueza, que leva as personagens a evidenciarem os seus instintos mais egoístas e violentos, dando «origem à traição»(1).

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